sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

02/01/2018

Aproximadamente às 17h do segundo dia do ano, no Ed. Chaplin - que fica em frente ao meu - uma moça pulou do sexto andar.
Da minha janela era possível enxergar duas viaturas da PM, um carro do corpo de bombeiros, um carro de socorrista e alguns curiosos espiculando.
O dia estava nublado, ligeiramente frio e ventava atipicamente.
A primeira versão - que eu não acredito- é a de que ela havia brigado com o namorado e então decidido ceifar a própria vida daquela maneira terrível.
Acredito que as pessoas que estavam ali não eram uma fonte confiável de informações, levando em consideração que há uma forte tendência nas pessoas em inventar histórias, principalmente em tragédias como essa. Segundo, que acho escrota a maneira como as pessoas reduzem os problemas da vida de uma mulher a um relacionamemto mal sucedido, ignorando o peso e as dores de viver em uma sociedade em que nos esmaga, oprime e exige que sejamos o que esperam. Ora, existem muitas outras angústias no coração de uma mulher que poderiam levar a uma situação extrema como essa.
A psicologia explica que o instinto humano é de preservaçã, a pessoa que atenta contra a própria vida não está apenas sofrendo, está doente.
Sei que existem muitos casos de mulheres desesperadas que tomam essa iniciativa por causa de um homem, um namoro e até casamento que não deu certo.
A mim, resta a tristeza porque as pessoas que estavam reunidas ali, apenas estavam preocupadas com o motivo e não com o fato. Ninguém se importa com nada.